Esta situação é bastante frequente: os veterinários sugerem um procedimento que requer anestesia ou sedação e os tutores dos animais morrem de medo!
Normal, toda anestesia oferece risco.
Os cães e gatos não costumam suportar alguns procedimentos, como a limpeza dos dentes e a retirada de espinhos (quase sempre de ouriço-cacheiro) sem diminuírem sua reatividade.
Em humanos, é possível realizar uma cesariana com a mãe anestesiada somente da cintura para baixo!
Nossos pacientes não permitem, eles tentariam fugir de qualquer maneira!
Existem diferentes tipos de anestesia.
- Anestesia geral – “ausência de sensação”, perda total de sentimentos ou sensações.
Indicada para cirurgias abdominais, ortopédicas e neurológicas.
- Anestesia local- bloqueio da dor, em um local específico. Pode ser aplicada diretamente na região a ser tratada ou nos nervos responsáveis por uma certa região, anestesiando uma área maior do corpo (Ex: anestesia do braço aplicada na axila; anestesia epidural, aplicada na coluna vertebral gerando anestesia da cintura para baixo).
Indicada para remoção de pequenos tumores de pele, suturas de ferimentos, em animais tranquilos.
- Sedação – promove relaxamento muscular e dependendo da droga utilizada, alivio da dor.
Indicada para limpeza de feridas doloridas, remoção de espinhos, abscessos, desobstrução urinária etc.
A internet e os “amigos” sempre contam histórias horríveis sobre os riscos e as mortes causadas por anestesia.
Cuidado!
Muitos procedimentos que requerem anestesia oferecem mais risco se não forem tratados! O maior exemplo é a piometra (saiba mais aqui), infecção uterina que precisa ser tratada cirurgicamente.
Outro exemplo comum é a remoção de tártaro. Alguns animais apresentam uma infecção grave na boca que pode acometer outros órgãos (como rins, coração), saiba mais clicando aqui.
Atualmente, as clínicas e hospitais veterinários estão equipados e preparados para anestesiar cães e gatos com muita segurança, monitorando o paciente durante o procedimento.
É fundamental realizar exames pré-operatórios (hemograma, bioquímica, avaliação cardíaca e respiratória) e examinar o animal antes de anestesiá-lo.
Muitos acreditam que seu animal, em particular, é sensível à anestesia. Algumas raças são sensíveis a algumas drogas, mas raramente à anestesia.
Reações podem ocorrer, mas na maioria das vezes, são reversíveis.
Geralmente, cada paciente recebe um protocolo anestésico diferente, de acordo com sua idade, tamanho e necessidades.
Muitas complicações ocorrem após a anestesia, quando o animal está se recuperando. Este é um momento importante para monitorar o animal.
É difícil prever quanto tempo o animal vai demorar para se recuperar e “acordar”. Varia bastante, depende de cada animal.
O controle da dor no pós cirúrgico é importantíssimo.
A maioria dos animais não chora de dor, somente ficam quietos, por isso converse sempre com a/o veterinário e tire todas as suas duvidas.