Alguns animais têm muito medo de barulhos altos como fogos, trovão e já publiquei aqui um texto sobre esta questão (para saber mais, clique aqui).

Mas, e quando o cachorro tem medo de outras situações como passear na rua ou andar de carro, por exemplo?

Como fazer?

O cão pode expressar o medo de diferentes maneiras: tentativas de fuga, sinais corporais e faciais, respostas fisiológicas como aumento das frequências cardíaca e respiratória, tremores musculares, urinar, defecar e esvaziar o saco anal (eles liberam uma secreção fétida oriunda da glândula ao lado do ânus). Alguns animais podem até “virar estátua – congelar” de tanto medo.

Sempre procuramos entender o motivo, a origem do medo. Mas nem sempre conseguimos descobrir…

Os filhotes precisam ser socializados e expostos a diferentes estímulos (barulhos, pessoas, animais) nas primeiras semanas de vida (3 semanas até os 4 meses, aproximadamente) para não demonstrarem medos exagerados mais tarde.

A restrição aos passeios, (antes de completar o esquema de vacinação aproximadamente aos 4 meses – saiba mais, clicando aqui), atrapalha bastante a socialização.  Por este motivo eu recomendo que os filhotes  recebam muitas visitas, de cães saudáveis, homens, mulheres, crianças e outros animais, e se possível até passearem na rua, mas sempre tomando cuidado para o animal não pisar no chão (leve-o no colo, carrinho etc.).

Os animais que experimentaram alguma situação desagradável também podem fazer uma associação e ficar medrosos, como um trauma.

Exemplo: na primeira viagem de carro o cachorro fica enjoado e associa esta sensação desagradável ao carro.

Outro exemplo: ficar sozinho em casa durante uma tempestade.

Se o seu cachorro é medroso, devemos ajudá-lo.

Não ajuda em nada, rotular este animal como bobo, estúpido ou  fraco.

O medo tem tratamento e este animal precisa da nossa ajuda.

Alguns casos podem precisar de medicação, mas a grande maioria  pode ser resolvido com a dessensibilização.

A dessensibilização é a técnica de expor o animal aquilo que ele tem medo, de maneira gradual.

Se o animal tem medo de andar de carro, devemos acostumá-lo a entrar no carro parado e brincar e/ou alimentá-lo lá dentro. Enquanto ele estiver relaxado, elogie bastante.

Se ele tensionar, ignore-o. Aumente o desafio aos poucos. Se ele estiver bem dentro do carro parado, ligue o motor. Em seguida ande pequenos trechos.

Se o cachorro só anda de carro para ir a programas que ele não gosta, como ir ao veterinário tomar vacinas, por exemplo, experimente levá-lo para um parque!

O maior agravante do medo dos cães é a maneira que nós humanos lidamos com esta situação.

Para nós, é importante confortar e acalmar uma pessoa com medo.

Mas os cães entendem esta nossa reação como um reforço, é como se estivéssemos dizendo: Muito bem! Assim que eu gosto! Sinta bastante medo!

Pode parecer cruel, mas devemos ignorá-los quando sentem medo.

Se ele precisar se esconder atrás de você ou de um móvel ou se quiser acessar um cantinho escondido da casa, podemos e devemos ajudá-lo. Oferecer um ambiente seguro e tranquilo é diferente de fazer carinho e pegar no colo.

Também é importante demonstrar segurança. Comporte-se de maneira confiante: uma pessoa com medo pode levar o animal a sentir medo também!

Se o seu cão tem medo de passear na rua, ofereça alguma sensação prazerosa (os petiscos costumam funcionar bem) ao colocar a coleira e continue oferecendo a cada “2 passos” do seu cão em direção à rua.

Elogie-o bastante e ignore os sinais de medo. Se ele recuar, volte um pouco e comece novamente.

Se depois de tentar estas técnicas, o seu cão ainda sentir muito medo, procure ajuda veterinária.

Alguns animais podem precisar de ajuda medicamentosa, mas nunca use nenhum remédio sem orientação profissional.

Os calmantes podem causar efeito reverso (excitação) em alguns animais e produzir efeitos colaterais graves.

Algumas terapias podem demorar para causar o efeito desejado e o tratamento precisa ser iniciado com meses de antecedência.

É fundamental fazer exames para avaliar a saúde do animal antes de usar medicações.

 

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Este ano eu gravei uma entrevista para o Dr. Alexandre Figeuiredo do Blog, Dicas Boas pra Cachorro, sobre como ajudar os animais que sofrem com os barulhos de fogos.

Confira o vídeo:

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focinho do cachorro
rabo do gato