Corte de Orelha e Cauda
Há alguns anos atrás, muitos cães de diferentes raças (boxer, schnauzer, doberman, por ex) eram submetidos a estes procedimentos cirúrgicos, rotineiramente.
O objetivo das cirurgias era exclusivamente estético e este não é mais o padrão exigido pelos juízes de competição de beleza canina.
Atualmente o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) proíbe as cirurgias consideradas desnecessárias ou que possam impedir a capacidade de expressão do comportamento natural dos animais. As resoluções do CFMV nº 1027/2013 e 877/2008 vedam o corte de cauda (caudectomia), de orelhas (conchectomia) e a eliminação das cordas vocais (cordectomia) em cães. Também não permite a retirada das garras em felinos (onicectomia).
Conchectomia (Corte de Orelha)
Quando era permitida, esta cirurgia era realizada em filhotes entre 8 e 12 semanas de vida (às vezes até antes). O pós- cirúrgico era extremamente trabalhoso e muitas vezes doloroso. Eram necessários curativos regulares, durante várias semanas para atingir o objetivo – orelhas eretas. E o pior é que nem sempre o resultado final atingia as expectativas e as orelhas ficavam com o aspecto de “quebradas”.
Caudectomia (Corte de Cauda)
A cauda é a parte final da coluna vertebral do animal e serve para o cahorro se comunicar e expressar diversas emoções. Não existe nenhum motivo além do estético para a indicação desta cirurgia – a não ser que haja uma questão de saúde, como um tumor ou um acidente, por exemplo.
Há casos de corte de cauda com o filhote recém nascido, em casa, sem anestesia e sem nehum cuidado de assepsia. Este procedimento oferece risco de infecção e muitas vezes o resultado é desastroso e requer outra cirurgia corretiva.
As raças que estamos habituados a ver de caudas cortadas, ficam lindas de cauda longa. É uma questão de costume. Por qual motivo se acha uma cauda grossa longa de rottweiler estranha e a do labrador linda? PURO COSTUME!
E o poodle? Esquisito de cauda longa? Pense no bichon frisé, parecidíssimo com o poodle e de cauda longa.
Essas intervenções cirúrgicas meramente para fins estéticos são consideradas mutilações e maus-tratos praticados contra os animais.
Por isso, qualquer pessoa que realize esse tipo de procedimento em animais está cometendo crime ambiental e deverá responder civil e criminalmente. Já o médico-veterinário que fizer uma intervenção dessa natureza, se não por motivo de saúde, ainda estará sujeito a processo ético-disciplinar, conforme prevê o Código de Ética e a resolução do CFMV de combate aos maus-tratos (1.236/2018).
Você acha justo realizar uma cirurgia com objetivo exclusivamente estético num animal? Não resta nenhuma dúvida que não!
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