Sim! Eles podem passear!
É uma questão de hábito e preferências…
Sabemos que a vida confinada, dentro de um apartamento é muito mais segura, mas também muito mais sem graça que a liberdade da rua.
Já escrevi sobre este assunto, para saber mais, clique aqui.
Só a diferença de expectativa de vida entre gatos livres (4 anos) e gatos confinados (14 anos) já é impressionante!
Os perigos da rua são muitos: veneno, cães, humanos maldosos, atropelamentos, acidentes…
Mas o prazer de rolar na grama, de subir numa árvore também deve ser incrível para um gato.
É possivel melhorar a vida dos gatos confinados, promovendo um enriquecimento ambiental em casa (saiba mais clicando aqui).
A possibilidade de levá-los para rua, com guia e coleira, também pode transformar esta situação.
Mas não pense que é simples assim, comprar uma coleira, colocar no gato e passear feliz por ai!
É MUITO importante que o gato se acostume aos poucos.
Quanto mais jovem for o gato, mais fácil será a adaptação.
Se o gato for muito medroso e pouco socializado com outras pessoas e movimentação na casa, a tarefa pode ser muito difícil. Mas não impossível!
A palavra de ordem é paciência!
Lembre que o objetivo de passear com seu gato é melhorar a vida dele. Logo, se ele não estiver confortável, não faz sentido insisitir e forçar.
A coleira ideal para os gatos é a peitoral, de preferência um tipo que parece um colete.
Ela é mais confortável e segura. Os gatos são capazes de tirar uma coleira do pescoço em 5 segundos!
Existem alguns modelos, disponíveis na petshops.
Ela deve ser do material mais leve possível! Gatos têm a sensação tátil muito desenvolvida e detestam qualquer peso no seu corpo. (Saiba mais sobre o tato dos gatos, clicando aqui)
É importante que a coleira fique bem ajustada no corpo do gato. Nem frouxa, nem apertada.
O ideal é que seja possível passar 2 dedos entre o corpo do gato e a coleira.
Depois de comprada a coleira, devemos apresentá-la para o gato.
Não estranhe! Ele precisa primeiro conhecer a coleira para depois se acostumar com ela no corpo.
Deixe a coleira no chão, solta, para ele cheirar por alguns dias.
Vale a pena fazê-lo associar a coleira a sensações prazerosas, como petiscos, alimentos umidos, carinho e atenção.
Após alguns dias, coloque a coleira no gato, sem a guia atrelada.
Se ele estranhar, espere um pouco. Se ele ficar louco, andando de costas e desesperado para tirar, tire!
Insista mais alguns dias na “apresentação” da coleira e repita a operação.
Deixe o gato andar por aproximadamente 10 minutos com a coleira no corpo e promova brincadeiras dentro de casa: a caça ao tesouro (petiscos) é a mais indicada.
Se ele se movimentar, de maneira confortável com a coleira no corpo, podemos passar para o próximo passo.
Depois de alguns dias com a coleira no corpo por pouco tempo, coloque a guia também, mas deixe-a solta no chão, para ele arrastar.
O processo é parecido: ofereça sensações prazerosas e estimule seu gato a se movimentar com a coleira e guia no corpo.
Se ele estiver bem, comece a segurar a guia na mão, mas sem esticar nem puxar, de maneira leve, com a guia frouxa.
O próximo movimento é levá-lo para rua, por poucos minutos, de preferência com petiscos a cada passo, como na história de “João e Maria”!
Se o seu gato não quiser andar, não force. Sente ao lado dele e observem juntos o movimento do ambiente externo.
O ideal é começar em ambientes mais calmos, sem grande transito de carros, pessoas e animais. Uma portaria de predio pode ser ótima para este início.
Aos poucos aumente o tempo na rua.
Se vocês estiverem confortáveis, comecem a passear.
A possibilidade de levar gatos para passear abre portas para levá-los em viagens e programas nas casas dos amigos, imagine que bacana!
NUNCA FORCE SEU GATO! Se o processo estiver caminhando e ele passar por uma situação desagradável, andamos vários passos para trás.
Mas não se esqueça! Gatos que vão à rua precisam estar com a vacinação, vermifugação e preventivos de pulgas e carrapatos em dia.
Os cuidados que tomamos com os cães se aplicam aos gatos: não deixe-os sozinhos sem supervisão e cuidado com as “porcarias” da rua, como restos de alimentos, inseticidas nos jardins, venenos nas garagens etc