Fezes pastosas, moles ou diarreia…o que fazer?
Estes sintomas são muito comuns nos cães.
Existem muitas causas possíveis e a gravidade do quadro também é muito variável.
Alguns casos podem se resolver sozinhos, sem maiores problemas e outros precisam de atendimento veterinário, exames e tratamento mais prolongado.
Existe uma grande diferença entre fezes pastosas e diarreia.
Um animal pode evacuar fezes pastosas ou moles, somente 1 ou 2 vezes ao dia e isto não é diarreia.
A diarreia se caracteriza pelo aumento do volume das fezes, diminuição na consistência e/ou presença de líquido e aumento da freqüência das evacuações.
Frequentemente, o cheiro das fezes também é diferente, mais fétidas que o normal e o animal pode apresentar sinais de dificuldade para evacuar (tenesmo).
Eles também podem sentir dores abdominais, mas como sabemos (para saber mais, clique aqui), os cães e gatos raramente reclamam ou choram de dor. Eles ficam quietos e muitas vezes assumem uma postura “enroladinha”, alongam o corpo de vez em quando ou ficam inquietos, andando de um lado para o outro.
Muitas vezes, o animal também apresenta vômitos, que é o ato de expelir o conteúdo do estômago pela boca.
Os cães não têm tanta dificuldade para vomitar, como nós humanos. Além da posição quadrúpede facilitar o movimento (o alimento não precisa subir do estomago para a boca), faz parte do comportamento ancestral canino regurgitar o alimento que foi caçado para seus filhotes.
Quando o animal apresenta vômitos e diarreia, ele pode estar com um quadro de gastroenterite.
As causas de uma gastroenterite podem ser muito variadas.
As mais simples podem ser causadas por hábitos alimentares inadequados, como comer muita quantidade, comer rápido demais, comer itens não digeríveis, mudanças na dieta, comer lixo ou comida estragada, por exemplo.
As causas mais graves podem ser: infecções, viroses, parasitos (vermes), intoxicações, envenenamentos, diabetes, pancreatite, doença renal ou hepática e até câncer, entre outras.
Quando a causa é simples, os animais costumam se recuperar sozinhos.
Eles parecem ter uma sabedoria (que a nossa gula humana não permite) e ficam em jejum. Muitas vezes, basta esperar algumas horas, respeitar o jejum e tudo volta ao normal.
Às vezes, precisamos oferecer uma dieta leve, antes de voltar para a ração ou alimentação rotineira.
É fundamental realizar um tratamento e prevenção contra parasitos intestinais nos filhotes e pelo menos de 6/6 meses, nos adultos.
Saiba mais sobre filhotes, clicando aqui.
Mas se o quadro estiver acompanhado de prostração, presença de sangue nas fezes (muitas vezes, o aspecto é parecido com geleia de morango) e/ou muco (parece um catarro nas fezes), é importante levar o animal para atendimento veterinário.
Os vômitos e a diarreia podem levar o animal a um quadro de desidratação e desequilíbrio eletrolítico, especialmente se o animal for filhote ou idoso.
Se o quadro de vômitos for intenso, não adianta tentar medicar o animal por via oral, ele pode vomitar a medicação, antes mesmo dela fazer efeito.
Nestes casos, é fundamental que o animal seja examinado e medicado por um(a) médico(a) veterinário(a).
Pode ser necessário realizar exames complementares como hemograma, bioquímica, radiografias, ultrassonografia e colonoscopia para definir o diagnóstico e tratamento.
Leia mais →Cinomose
A cinomose é uma doença altamente contagiosa causada por um vírus.
Esta virose só acomete os cães (lobos, furões, raposas também) e não se desenvolve em gatos e seres humanos.
Os sintomas podem ser muito variados pois o vírus afeta os sistemas respiratório, gastrointestinal e nervoso.
A transmissão se dá através do contato direto entre cães mas também pode ocorrer por contato com secreções dos olhos, narinas, urina, objetos contaminados e até pelo ar.
Os filhotes entre 3 e 6 meses costumam ser os mais acometidos, mas a cinomose pode ocorrer em qualquer idade, sexo e raça. Os idosos também ficam mais suscetíveis, especialmente se deixarem de ser vacinados.
A vacinação previne a doença, mas infelizmente no Brasil, muitos cães não são adequadamente vacinados.
Para saber mais sobre vacinação, clique aqui.
Os sintomas da cinomose podem ser brandos ou severos e geralmente os primeiros a serem notados são: secreção ocular e/ou nasal, dificuldade respiratória, tosse e prostração.
Ao longo do curso da doença podemos notar: inapetência, desidratação, vômitos, diarreia, incoordenação motora, convulsões, tremores musculares, paralisia entre outros.
Nem sempre é fácil fechar o diagnóstico pois muitos dos exames sofrem influências da imunidade do animal e podem não ser conclusivos. A história e sinais clínicos são muito importantes.
É preciso avaliar o estado geral do animal através de exames de sangue, RX tórax, exames das secreções e testes neurológicos.
Infelizmente não existe um tratamento específico para a cinomose, o objetivo é fortalecer o sistema imunológico do paciente e controlar as infecções secundárias. Dependendo da resistência do animal e da força do vírus, ele pode se recuperar. Alguns animais podem ficar com sequelas neurológicas como “tiques nervosos”, paralisias e convulsões (para saber mais, clique aqui).
Nestes casos, o tratamento com acupuntura ajuda muito.
É fundamental que o paciente se alimente bem e receba as medicações indicadas.
Os animais doentes devem ficar isolados para não contaminarem outros cães, assim como os potes de água e comida também devem ser desinfetados antes de serem usados por outros cachorros (água sanitária).
Os filhotes que ainda não terminaram o esquema de vacinação, não devem passear no chão da rua nem encontrar cães que não sabemos se são saudáveis e vacinados.
Se o seu animal está doente, não desanime e faça todo o tratamento indicado.
Na minha vida profissional já tratei diversos casos, com sucesso!
Vale a pena tentar!
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Primeiros Socorros e Emergências
Emergências podem acontecer a qualquer hora (em geral, nos piores momentos) e devemos estar preparados.
Alguns casos podem ser tratados em casa, outros precisam de assistência veterinária.
O mais importante é não deixar o quadro agravar, o que pode levar até a morte.
Em primeiro lugar, tenha o telefone de seu veterinário (ou da clínica) de confiança sempre a mão. Na dúvida, peça orientação. Se não conseguir contato imediatamente, procure uma clínica de plantão e sempre telefone antes. Se você não tiver carro, tenha a mão o telefone de algum transporte animal ou companhia de táxi que transporte animais.
Alguns casos podem ser resolvidos em casa: (mais…)
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