Problemas Comportamentais em Gatos
Os gatos estão ultrapassando o número de cães nas famílias.
É fácil entender o porquê.
Os gatos exigem menos dedicação que os cães, suportam melhor passar horas a fio sozinhos e não precisam passear.
Ainda há quem acredite que a interação entre os seres humanos e os gatos é menor ou inexistente. Bobagem!
Basta conviver com gatos para perceber que eles se comunicam, adoram fazer e receber carinho e aprendem muito conosco (e nós com eles também!).
Mas é claro que, assim como os cães, eles apresentam comportamentos naturais da espécie felina e podem confundir alguns tutores, principalmente os despreparados.
Os problemas comportamentais felinos mais comuns são:
- não usar a caixa sanitária (para saber mais, clique aqui)
- destruição de móveis (para saber mais, clique aqui)
- agressividade dirigida a outros gatos ou pessoas (para saber mais sobre agressividade, clique aqui e sobre briga entre gatos, aqui)
- vocalização – miar demais (para saber mais, clique aqui)
Felizmente, a maioria destes comportamentos derivam dos comportamentos naturais dos felinos e podem ser prevenidos e solucionados.
Um pouco de paciência e a compreensão do ponto de vista do gato, podem transformar a convivência e melhorar muito a vida da família e do gato.
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Agressividade – Cães e Gatos
A agressividade é o distúrbio comportamental mais grave e frequente nos cães e gatos.
Muitas vezes, as famílias não percebem que a agressividade está se manifestando aos poucos e se não forem adotadas medidas para tratar, a tendência é só aumentar.
É fundamental diagnosticar e começar a tratar assim que os primeiros sinais de agressividade aparecem.
Em primeiro lugar, devemos entender que algumas manifestações agressivas são normais, isto é, ocorrem dentro do contexto.
Um animal com dor pode não permitir que examinem e manipulem uma parte do seu corpo que está dolorida, por exemplo e isto não significa que ele é um animal agressivo. Ele pode simplesmente estar se comunicando, avisando e evitando sentir mais dor ainda.
Assim como um animal que defende seu território de invasores pode não ser considerado agressivo, ele pode estar exibindo um comportamento natural da sua espécie.
O número de acidentes e de animais abandonados por causa da agressividade, é muito alto. Tratar a agressividade diminui a taxa de abandono e promove uma melhor relação entre o animal e suas famílias.
Raramente a agressividade é causada por uma doença neurológica, metabólica ou até mesmo infecciosa, como a raiva.
Mas podem existir várias causas orgânicas que contribuem para um animal se comportar de forma agressiva, como alterações hormonais, infeccções e dores, por exemplo.
O comportamento de um animal se forma a partir da herança genética herdada da sua família somada ao ambiente e as experiências que ele viveu.
Assim que o filhote nasce ele já tem uma tendência comportamental, se ele for bem ensinado pela sua mãe (as mães caninas e felinas são as melhores educadoras!) e bem sociabilizado pela sua família humana, o filhote tende a se desenvolver de forma sociável e dócil.
É fundamental o filhote aprender a controlar a intensidade da mordida nas brincadeiras de morder com sua mãe e irmãos.
Um filhote não deve ser separado de sua família antes dos 60 dias.
Classificação
Estes tipos podem variar de acordo com as associações de diferentes países.
A maioria dos animais agressivos apresenta 2 ou mais tipos de agressividade:
- Social – ocorre em cães. Era classificada como dominância, mas este conceito não é mais considerado correto. Envolve ansiedade e controle, é um cão que quer sempre testar sua posição. Ele acredita ter o direito e dever de controlar o ambiente. Noventa por cento destes casos, ocorre em cães machos.
- Medrosa – ocorre em cães e gatos, é o segundo tipo mais comum. Em geral ocorre em animais que foram pouco socializados e/ou sofreram maus tratos ou traumas.
- Territorial / Proteção – ocorre em cães. Em geral desejada e estimulada pelos donos que querem um cão de guarda. É normal dar o alarme, mas o ideal é ensinar ao cão quando parar – e eles são totalmente capazes de aprender este limite.
- Entre animais – ocorre em cães e gatos. Quando eles vivem no mesmo ambiente, costuma se relacionar com uma disputa por atenção e recursos (alimento, local de descanso etc). Quando as brigas ocorrem na rua, os motivos podem ser muito variados, mas é possível socializar um cão que não tenha muitos amigos.
Quanto aos gatos, se eles brigam na rua, o ideal é não deixá-los sair! O risco de contaminação por viroses, acidentes e a ocorrência de machucados graves é muito alto.
- Redirigida ou Irritável – ocorre em cães e gatos. Quando o animal não pode agredir seu alvo (por ex: expulsar um gato que passa na janela) ele agride o que estiver mais próximo. Acontece muito quando há briga entre animais e uma pessoa ou mesmo outro animal se aproxima para tentar separar (nunca separe uma briga com as mãos ou seu corpo! Prefira almofadas, pedaços de papelão, caixas etc).
- Relacionada à comida – somente em cães. Ocorre uma proteção do seu alimento.
- Possessiva – cães. Protege seus pertences, pode ser um brinquedo, um osso, o prato de comida ou até mesmo uma pessoa!
- Predatória – cães e gatos. O instinto caçador permanece e pode se dirigir também a objetos em movimento (bicicletas, patins – cães e partes do corpo como tornozelos em gatos).
- Idiopática – imprevisível, violenta de causa desconhecida.
- Lúdica – cães e gatos. Inicia com brincadeira, mas o animal não sabe quando parar e acaba agredindo. Muito comum em animais que foram separados muito cedo de sua mãe e irmãos e não tiveram oportunidade de aprender os limites com eles.
Prevenção e Tratamento
Nem sempre a família que convive com o animal percebe os primeiros sinais de agressividade.
O veterinário ou até mesmo visitas podem perceber antes e a família deve prestar atenção neste “toque”.
A castração dos machos, foi por muitos anos uma das medidas principais a ser recomendada.
A testosterona (hormônio masculino) não é a causa da agressividade, mas pode funcionar como “pilha”, aumentando a intensidade da agressão.
Existe muita resistência para realizar a castração, principalmente em machos. Além do machismo estrutural., precisamos lembrar sempre que os animais não namoram, noivam e casam como nós humanos.
A reprodução ocorre exclusivamente para perpetuar a espécie. Os animais não precisam se reproduzir para “se completar como indivíduos”, para serem mais saudáveis ou outros mitos propagados por aí.
Em países com altos índices de animais abandonados, a castração é fundamental para controle de natalidade.
Nunca agrida ou dê broncas no seu animal por ser agressivo, só vai gerar mais tensão, ansiedade e agressividade.
Somos capazes de planejar e intervir para que a vida dele e a de toda família seja mais equilibrada, agindo de forma gentil e respeitosa.
Saiba mais sobre castração, clicando aqui.
Os cães que controlam o ambiente precisam conhecer as regras e costumes da casa e isto requer treinamento e disciplina – ensine alguns comando para seu cão (o senta é o mais fácil) e peça-o para sentar para receber sua atenção, seja com alimento, carinho ou brincadeiras.
Se ele não obedecer, não forneça o alimento, não dê carinho e ignore-o. Nem olhe para ele. Mas não fique frustrado demonstrando sua insatisfação para ele!
Repita algumas vezes, mas quando ele não estiver mais interessado, é hora de parar.
É muito divertido treinar seu próprio cão, mas não hesite em contratar um profissional capacitado para ensinar você e seu cão como fazer mas certifique-se que ele não usará técnicas que envolvem punição, como trancos, puxões, broncas, enforcadores etc.
Saiba mais sobre adestramento, clicando aqui.
No caso de cães e gatos que confundem brincadeira com agressividade (lúdica), evite brincar de forma brusca.
Sempre dê o limite, sinalize para seu animal quando a brincadeira deve parar.
Evite brigar de luta com os filhotes, eles brincam muito desta forma entre eles, mas nós não dominamos a linguagem dos cães e acabamos confundindo-os sem sabermos indicar quando eles devem parar.
Se eles aprendem que brincar de morder é legal, vão continuar, vão crescer e podem acabar machucando alguém (especialmente idosos e crianças), mesmo que durante uma brincadeira.
Saiba mais sobre brincar de morder, clicando aqui.
A agressividade idiopática (quando não se sabe a causa) grave não tem tratamento e a melhor opção pode ser a eutanásia.
É muito difícil, mas é a solução mais humana e segura. Manter o animal preso, acorrentado e isolado de todos pode ser muito pior.
O animal acaba adoecendo e sofrendo sem receber assistência e tratamento.
Para todas as formas de agressividade, o ideal é intervir imediatamente.
A melhor maneira de lidar com cães que são insistentes e querem nossa atenção o tempo todo, é não dar atenção neste momento, não interagir, não falar nada e desviar o olhar.
Chame-o e dê atenção assim que ele se distrair, quando estiver relaxado.
Existem muitas maneiras de se divertir com seu cachorro!
O melhor reforço é elogiar sempre que ele se comportar de forma adequada, mesmo que ele esteja simplesmente sentado, tranquilo.
Se o seu animal está apresentando sinais de agressividade, evite todos os conflitos.
Se ele não gosta de determinada ação, como ser escovado, por ex., não insista.
Ele pode inclusive estar sentindo dor.
Se pararmos para pensar, vamos concordar que muitas vezes as pessoas forçam contato com um animal que estava sossegado, descansando, por exemplo.
Devemos orientar as crianças e desconhecidos sobre os limites e sempre respeitar a individualidade dos animais.
Ninguém gosta de ser perturbado enquanto está dormindo, não é mesmo?
SEMPRE SUPERVISIONE O CONTATO COM CRIANÇAS, IDOSOS OU PESSOAS DESCONHECIDAS DO SEU CÃO.
PROCURE AJUDA PROFISSIONAL